06 dezembro 2005

Três Pássaros Voando


No meu último posto coloquei a inusitada situação de ter três pássaros voando e nenhum na mão, projetos de recolocações, mas nada real. Confesso que não estava pensando neles e sim tocando a vida, pois não via nada de palpável nos projetos apresentados.


Imagine então qual foi a minha surpresa de receber uma ligação de um dos pássaros? Foi muito grande e estarei hoje numa entrevista, que não sei para que nem porque, mas estarei torcendo muito para que seja uma coisa muito legal e muito boa. Legal, uma boa oportunidade de realizar um trabalho e boa, que possa pagar as minhas contas que, cabe ressaltar são muitas. Semana passada estive matriculando meus filhos adolescentes e foi uma facada, ou melhor, uma espadada, mas não posso economizar na educação e colocá-los no Brizolão. Então, vamos torrar as economias até onde der.

Depois eu coloco o resultado da entrevista.


Abs,


01 dezembro 2005

Terminando o 2º mês

Olá,

Estou terminando meu 2º mês desovado e vai um balanço para os registros históricos.

Hoje eu terei uma entrevista para uma empresa de móveis que precisa de uma pessoa para cuidar da ligação entre seu escritório de contabilidade. Não é grande coisa, mas mesmo assim irei. Primeiro porque preciso trabalhar e é melhor uma coisinha do que coisa nenhuma. Também porque é sempre bom conhecer pessoas e ser conhecido, pois, como diz o ditado: “é de onde menos se espera que vem.” Assim sendo irei a Ipanema para esta entrevista.

Como balanço, como já coloquei em outro post, tive entrevistas com três ex-diretores meus e todos tinham um “projeto” para mim. Super interessante, nenhum tinha nada concreto para oferecer, mas sim uma hipótese, ou seja, estou bem mas continuo muito mal: desovado. O primeiro quer internar a contabilidade que é externa, o segundo que alterar sua estrutura e me utilizar na nova e o terceiro tem um projeto para um grupo ligado que irá apresentar aos gestores. Horrível, não? Tenho três pássaros voando e nenhum na mão.

Fora isso participei de um processo virtual que ficou de me chamar até terça, como hoje é quinta e não fui chamado então estou fora e acabou, só isso.

Pois é, agora vão entrar as festas e minhas esperanças estão menores, assim como a minha poupança, mas estou tranqüilo: ainda me resta o suicídio.

Abs,

25 novembro 2005

Seleção Virtual

Olá,

Esta semana tive uma experiência muito interessante na minha epopéia, participei de uma seleção pelo mundo virtual da computação e da Internet. Foi muito interessante e achei que todas deveriam ser assim, pois poupa tempo e dinheiro de você, pobre desovado, e à empresa de seleção.

Primeiro recebi um e-mail me convidando a participar do processo. Respondi que sim e logo depois recebi um teste de inglês pela Internet. Super interessante pois controlava o tempo que você tinha para responder e, se não terminasse, automaticamente encerrava e enviava a resposta para o contratante.

Crendo que passei no primeiro teste, recebi o segundo que era um teste de raciocínio matemático, depois de personalidade e por último um teste de gestão e administração todos com tempo e resposta automática se não terminasse.

Super legal e, encerrando esta parte, recebi então um contato telefônico, aonde eu conheci meu contratante, falando da vaga e se eu tinha interesse. Super light, super tranqüilo. Com o meu ok recebi um último e-mail aonde eu deveria responder se estava apto ou não ao perfil da vaga.

Só então eu tive um contato pessoal com a empresa, comparecendo a uma entrevista com dois especialistas aonde então viram se eu era gordo, feio ou da cor que eles queriam.

Agora é só aguardar o contato com a empresa que contratou esta agência e torcer para que eu comece a trabalhar, pois a rescisão está acabando.

Abs,


19 novembro 2005

O sentimento dos 45 dias


Comentando os meus primeiros quarenta e cinco dias de desova fica uma constatação a ser exposta para meu único leitor, eu mesmo, que me deixou feliz, mas ainda assim desempregado.

Neste período eu tive a oportunidade de me encontrar com três de meus últimos diretores e qual foi a minha surpresa de constatar que eles gostariam de que eu trabalhasse com eles! Foi gratificante como profissional ver que deixei algo de bom por onde trabalhei, pois logicamente eles não gostaram dos meus lindos olhos azuis ou meu bom humor e sim o que eu realizei.

Primeiro foi meu mentor, que me introduziu no mercado profissional de trabalho. Ele acreditou em mim quando eu era apenas um garoto, inexperiente, que nem faculdade fazia. Depois minha mentora, que me orientou a ser um profissional qualificado, no sentido da qualidade do que eu fazia e por último meu diretor de uma empresa portuguesa que eu trabalhei por três anos.

Bom para o ego que se encontra bem baixo neste período e vamos ver se um dos três me faz uma proposta. Seria um prazer trabalhar com qualquer um deles, mas eu também preciso pagar minhas poucas contas, de uma família com dois adolescentes e uma esposa que trabalha com trabalhos manuais, bonito de se ver mas que rende pouca grana.

Abs,



Foto de um dos oito aeradores eólicos que coloquei em minha igreja.

15 novembro 2005

Saara


Ontem, véspera de feriado, tive uma idéia original: vou aproveitar que a cidade está vazia e irei ao Saara. Minha pretensão era levar minha digníssima esposa ao centro da cidade numa região conhecida como Saara (sociedade dos amigos da rua da Alfândega e adjacências). Região de muitas, muitas lojas, hoje dominada pelos orientais: chineses, coreanos e outros orientais mais que para mim são todos iguais; muitos camelos, lojas de pechinchas, bugigangas, trecos diversos, comidas e muita, muita gente.

Realmente é uma atração turística passear por lá. Tinha gente gorda, magra, feias, bonitas, estressadas, calmas não vi nenhuma, uma colcha de retalhos que mostra como é o nosso Brasil, misturado, enrolado, carregado etc. É um experiência interessante para quem tem disposição e vontade de ver nosso povo.

O problema é que metade do Rio de Janeiro copiou a minha idéia. Caramba! Nunca vi tanta gente, era difícil andar devido à multidão nas estreitas ruas. Tentei caminhar por uma das muitas ruas do Saara, mas como estou operado de poucos dias, não consegui muito. Retornei após duas poucas horas de andança (confesso que agradeci a Deus a dor que senti na virilha, se não fosse ela passaria o dia inteiro como um zumbi zanzando pelas ruelas do Saara).

Pecou? Vá ao Saara, depois de alguma horas terás seus pecados apagados; vacilou com a mulher, leve-a ao Saara: não tem uma que não reconheça seus esforços para se reconciliar; quer conhecer o povão? Vá ao Saara, lá você encontrará a nata do povo deste estado.

Abs,

07 novembro 2005

A vida continua!

Continuando a minha epopéia, estou me preparando para completar o primeiro mês de desova. Pouco tenho a falar de oportunidades até o momento, penso que apenas duas entrevistas que não saíram da primeira fase.

Estou agora rastreando os sites de agências, me cadastrando e vendo as oportunidades que neles aparecem, mas ainda não aconteceu nada de relevante.

Na vida pessoal estou fazendo um tratamento dentário e médico que há muito venho adiando. Ta brabo, mas penso que valerá a pena depois de pronto.

Fica este meu registro pessoal, visto que sou meu único leitor.

Abs, mano!


24 outubro 2005

Um tempo para se cuidar

Nada como ter as cãs embranquecidas! (cãs embranquecidas = cabelos brancos). Aliás: sabe porque o diabo e esperto? Porque ele é velho, muito velho. Como já tenho quilometragem rodada, sou velho, já passei por este período algumas vezes e tenho experiência, sei administrar melhor que um garoto e estou aproveitando para aprender mais e me cuidar.

Estou procurando aprender a ficar sem fazer nada, a ver a vida com outros olhos, visão diferente de estar sempre ocupado com algo que toma meu tempo e minhas energias. Estou aprendendo a fazer uma coisa que uma vez li e não acreditei: “ficar sem fazer nada é uma arte”. Quem disse foi Jorginho Guinle, o eterno playboy. Pois é, estou aprendendo a ficar sem fazer nada, deixando minhas vozes interior falarem, tarefas doméstica como lavar louça, lavar quintal, molhar as flores, deixar as questões que não gostamos de pensar fluir, como: quem sou eu? qual o sentido da vida, para onde vou quando morrer? vale a pena viver? estamos sozinhos neste universo sem fim? etc. E assim vai, pensar, deixar fluir e aprender conosco mesmo.

Também estou aproveitando para me cuidar. Hoje fui ao urologista ver um problema antigo que nunca tive tempo de ver; quinta irei ao dentista dar uma geral na “garganta profunda” e ver se está tudo bem. Me cuidar para estar pronto para a nova fase que virá, com certeza.

Abs,


14 outubro 2005

Quando seu nome muda para Jak



Este é um fenômeno super interessante que acontece com os homens que ficam em casa, mormente quando desempregado. É um fenômeno natural e estritamente familiar. Ele está arraigado no interior dos membros da família e que aflora fortemente quando você fica em casa desovado.

Porque ele acontece? Meus estudos não chegaram a uma conclusão definitiva, mas possivelmente tem a haver com a exploração natural ao ser humano, que sonha ter um escravo, caso fortemente ligado a esposas, carência, válido mais para os filhos, que sempre inventam algo ou até o cachoro, que fica doente sempre neste período.

Estão curiosos? Pois abaixo você constará porque meu nome agora é Jak:

Já K você está em casa, lave o quintal;
Já K você está de bobeira, faça o supermercado;
Já K você está entediado, me leve para a escola;
Já K você não tem o que fazer, leve isso na casa de papai;
Já K você esta com tempo, leve o cachorro para vacinar;
Já k, Já k, Já k ... Pois é, este é meu novo nome: JAK.

Abs,

12 outubro 2005

Feriado de um Desempregado - Fotos

Desempregado também pode e deve se divertir, claro sem gastar. Como eu moro numa região muito bonita, posso passear por lugares lindos e de graça.

Seguem fotos da Ilha da Boa Viagem, em Niterói, e da Estrada das Paineiras, no Rio de Janeiro. Recomendo a todos.

Abs,

Ilha da Boa Viagem, Niterói.

Museu de Arte Contemporânea visto da Boa Viagem, Niterói.


Rio de Janeiro visto da Boa Viagem, Niterói.

Cristo Redentor visto do Mirante Santa Bárbara, Rio de Janeiro.


A Estrada das Paineiras, Rio de Janeiro.


Rio de Janeiro visto da Estrada das Paineiras.


Cristo Redentor, de costas, visto da Estrada das Paineiras.

Um dos muitos cantinhos da Estrada das Paineiras.

Abs2,

26 setembro 2005

Um parêntese na Epopéia





Hoje não vamos falar de desemprego pois ontem foi meu aniversário, o último antes da desova, e, sem chorar miséria, ganhei meu primeiro bolo de aniversário, gostei muito. Vejam minha família.

Abs,




23 setembro 2005

A Questão da Qualificação Profissional

Qualificação

Os que estão procurando emprego sabem o que é exigido de qualificação do futuro ocupante de uma vaga oferecida por uma empresa. O que nós observamos é um cabo de guerra excessivamente desigual entre capital e trabalho. Nós vemos os anúncios das empresas solicitando qualificações de um diretor técnico geral mas pagam o salário de aprendiz; exigem um super profissional, que ande sobre as águas, ou seja, Jesus Cristo, mas nos compram com trinta moedas; querem o super homem e seus super poderes de carregar pianos e não cansar, mas oferecem criptonita.

Ok, sem problemas. A empresa está no direito dela de exigir o profissional com o perfil que desejar, mas muitas vezes é impossível existir, principalmente os da TI, aonde pedem N linguagens e especializações que, para ter, o cara não teria como trabalhar, só estudar! Aí faltará a prática de todas estas teorias, fora que o salário, ó! E sabem o que pior? Vai formar uma grande fila na porta da mesma para está vaga. Isso é triste mas é a realidade.

Qualificações, palavrinha dura. O que é ser qualificado para uma função? Eu, ao longo dos anos, venho estudando inglês, que eu chamo de meu seguro desemprego. Porque eu estudo inglês? Porque se eu não tiver inglês eu não consigo nem competir a uma oportunidade, mas a questão que não quer calar é: eu preciso de inglês fluente para exercer a minha profissão? Sei que alguns não vão concordar, mas para 99% dos contadores isso não é fundamental, mas se não tiver é desovado pelas meninas super poderosas, na primeira fase da epopéia.

Podem bater!


Abs,

22 setembro 2005

As Meninas Super Poderosas

O poder das menininhas.

Hoje vamos falar das pessoas que são pagas para nos desovar, não recebem muita coisa por isso mas é quanto valemos para eles. Pessoas que não sabem nada do nosso trabalho, de nossa qualificação, da pessoa que somos, do profissional que nos tornamos, fruto de muito trabalho, estudo e dedicação.

Para conseguirmos nosso querido emprego no Brasil temos primeiramente de nos submeter a uma primeira entrevista por uma moça altamente qualificada que vai nos avaliar se somos gordos, feios, da cor que eles querem e se moramos longe (para os salários menores isso pesa pois é mais custo de vale transpobre). Claro que no Brasil não há preconceito pois nossa constituição proíbe esta prática e o fato de que nos escritórios centrais das melhores empresas não haverem gordos, negros e feios é apenas coincidência.

Já dizia alguém, que não lembro o nome, que todo poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente. Pois bem, estas menininhas altamente qualificadas têm poder absoluto de permitir você ir para a próxima fase ou não, elas se sentem o próprio Luiz XV. É duro, mas é verdade. Estas menininhas, normalmente grossas (talvez por verem miseráveis o dia todo ficam com a consciência cauterizada), têm o poder absoluto sobre você e se não souber lidar com elas.. serás desovado.

Então, se você é homem, cuidado, não deixe passar a impressão que você está cantando-as ou cante-as, depende da situação; seja alegre mas não gay; extrovertido, mas não palhaço; precisando, mas não morrendo de fome; inteligente, mas não arrogante, ou seja, está ferrado!

Abs,

21 setembro 2005

O que é necessário para achar um emprego.


Hoje vamos falar sobre o que você precisa para conseguir um emprego.

Primeiramente para você começar a trabalhar você precisa de... um emprego! Isso mesmo para você arrumar o seu sustento você vai precisar de dinheiro, money, tutu, arame, dindin, faz me ri etc (como se chama na sua terra?). São muitos os gastos de um desempregado como assinatura de um site de emprego e, se conseguir entrevistas: passagens, lanches e almoços. Claro que você pode levar seu pão com mortadela com o guaramor de casa, ou se inscrever nos sites gratuitos, mas suas chances, que já são mínimas, serão ainda menores.

Então quer procurar nos classificados dos jornais, beleza! Mas vai ter de pagar pelo mesmo e descobrirá no “sem chance” (caderno de empregos do O Globo) que os empregos não estão lá. Os empregos estão na internet porque as empresas não pagam e não recebem pilhas de currículos pelo correio, que é um saco selecionar, fora que eles podem criar filtros que facilitam a vida deles. Então aproveite o jornal e veja com está o meu Fluminense.

Importante, quanto mais você aparentar precisar do emprego, menos chance terá; quanto mais morto de fome, mais de fora ficará. Eu pessoalmente não entendo porque mas é uma verdade irrefutável. Então pode separar algum para comprar umas roupinhas que te dê a aparência que não precisa do emprego, que está por cima e que estará colaborando com a empresa ao aceitar o emprego. Porque? não? Deveria dar para os mais necessitados, mas quem leva o trabalho é quem precisa menos ou aparenta necessitar menos.

Outra dica, além de levar seu lanche e pegar um emprestado para a passagem, sei que o cara vai odiar te emprestar mas você chorando uma boa miséria ele não vai negar: vá ao cunhado, pegue emprestado o terno do casamento dele, compre uma gravata no camelô (a do cunhado não dá! Falou? Deixa de ser miserável!) e vá a luta. Ah, observe se não está pescando siri.


Abs,

20 setembro 2005

O início da Epopéia

Olá,

Como tenho uma memória muito ruim, sempre esqueço das coisas que aconteceram comigo, por sugestão do meu filho, decidi abrir este blog para registrar minha epopéia para encontrar um emprego no meu Brasil querido.

Três das últimas quatro empresas que eu trabalhei quebraram: um banco, uma construtora e agora uma empresa de venda on line. Também prestei serviços para a Petrobrás que não quebrou (talvez por isso, era prestador de serviço). Minha família brinca para eu não procurar novo emprego se não vou falir outra, mas é brincadeira, não acreditem nisso não. Se a próxima falir também... então... talvez eu comece a acreditar.

Antes destas quatro, tive uma vida dentro da normalidade, trabalhando uma média de seis anos nas duas últimas, saindo de uma para entrar em outra e para melhor. Depois o vento começou a soprar e não acabou mais, vamos ver até aonde vai.

Querem saber um pouco sobre mim? Pois bem, sou contador de profissão, apesar de não me ver no estereótipo dos contadores chatos e controladores, perturbando e enchendo o saco. Os que trabalham comigo acham, não sei porque. Sou pós graduado e tenho MBA, sempre procurei estudar e me aprimorar tecnicamente e também motivando as pessoas que trabalham comigo a fazerem o mesmo. Gosto do meu trabalho pois sinto que sou importante para a perpetuação da organização. Sou consciente que sem um bom sistema de controle todas quebrarão e também que todo bom sistema de controle precisam de pessoas comprometida com ele, senão não funciona e, é muito importante atentar a isso, sempre tem pessoas procurando falhas no sistema para poder burlá-lo.

Pois bem fica por hoje. Depois eu falo mais, até porque ainda não estou desempregado, estou de aviso e sairei dia 07/10/2005.

Abs,