17 maio 2015

Diálogo com o FB - V - Oportunidade

Olá, FB. Estava pensando, nós na vida temos muitas oportunidades: de estudar, de trabalhar, de evoluir, de ganhar dinheiro, de perder dinheiro, de crer, de ajudar, de se tornar uma pessoa melhor ou pior e aí vão, as oportunidades são infindáveis e de todos os gostos e tamanhos.

Gostaria de conversar sobre uma oportunidade que muitas, mas muitas vezes nós desprezamos, a oportunidade de fazer o bem, pior FB, as pessoas quando tem essa oportunidade, muitas vezes aproveitam para fazer o mau. São tão naturais, tão “do cotidiano do dia a dia” que na maioria das vezes nem percebemos que temos esse comportamento, mas observo que fazer o bem faz uma imensa diferença para as pessoas que as recebem.

Quantas vezes nós motoristas vemos um pobre coitado (às vezes um bandalheiro, tenho de ser justo), ligando uma seta, pedindo para reentrar na atmosfera (o que eu chamo da pista normal de rolamento) e aproveitamos para fechar, encostar no carro da frente para ele não conseguir reentrar? Como seria diferente se tivéssemos misericórdia do pobre diabo e deixá-lo entrar, por que não aproveitar essa oportunidade para fazer o bem? Mas não, aproveitamos para fazer o mau. Quantas vezes um filho nos vem pedir alguma coisa e aproveitamos para dar uma lição de moral ao coitado, tipo: “você tem que trabalhar, arrumar alguma coisa, pensa que dinheiro nasce em árvore, ralo muito pra ganhar o meu!?” Com seria diferente se você concedesse o pedido, dentro das suas posses, agradando seu filho? Mas não, aproveitamos para fazer o mau. No trabalho, quem é gestor e tem uma equipe, o pobre do funcionário vem pedir para sair um pouco mais cedo, por causa de um problema qualquer, vem pedir direitos legais como férias e o gestor aproveita para fazer o mau, não concedendo ou colocando dificuldades? Como ele reagiria se fosse ouvido, se recebesse uma palavra de apoio e suporte ao invés de críticas ou nãos?

O que eu estou falando FB é procurar fazer o bem, ter um comportamento de bondade, procurar oportunidades de fazer o bem, coisas bobas, como já citei e até simplórias, como deixar a pessoas sair do banco da barca (inacreditável, né? As pessoas não são capazes de deixar a pessoa sair do banco e entrar no corredor), parar para um pedestre atravessar a rua, dar um lugar para uma pessoa sentar, ajudar um deficiente (desculpe, pessoa com deficiência) nas suas dificuldade que já não são poucas e assim vai e o pagamento que você recebe é o brilho no olhar dos beneficiados, como se não acreditassem no que está ocorrendo, pois, infelizmente isso não é comum.

Eu fiquei estupefato com a atitude de uma pessoa e até hoje não acredito que isso ocorreu. Os correios lhe entregou uma encomenda que comprei na China por engano. Quando ele viu que havia recebido um produto que não era dele ele ligou para me devolver (por sorte meu celular estava no endereço). Até hoje lembro dele, pois teve a oportunidade de fazer o bem e aproveitou.

Assim FB, pense nisso, aproveite as oportunidade que a vida te dá de fazer o bem e seja, não aproveite para fazer o mau, não aproveite para dar lição de moral, colocar dificuldades, mostrar que manda e que tem o poder, que pode, que é o cara, curta o momento, quem sabe não estará ajudando a criar um mundo melhor?


P.S. Fazer o bem ou fazer o mau não tem nada a ver com ser bom ou ser mau, estamos falando de comportamento, não caráter.

09 maio 2015

Diálogo com o FB - IV - Leis

Olá, FB. Quer saber no que eu estava pensando? Essa semana eu estava pensado sobre como brasileiro gosta de leis. Não sou especialista, mas isso me parece um traço cultural, acharmos que uma lei, mas uma, irá mudar algum fato, alguma situação, alguma injustiça e qualquer mazela que vivamos.

Estava assistindo uma entrevista concedida pela mãe da nadadora brutalmente assassinada por um inconsequente motorista e ela dizia, “minha filha não vai morrer em vão, eu vou lutar pela aprovação de uma lei para ele ser punido”. Será? É por falta de lei que há a grande, a imensa violência nesse país? Mais uma lei vai alterar alguma coisa? Também assisti a nossa presidente sancionando uma lei, outra, onde agravava a pena aos feminicídios. Ser morta mulher vale mais que ser morto homem? Ter uma pena maior vai proteger alguma mulher de ser morta? É por falta de lei que as mulheres são mortas? Também estão criando ou já criaram mais uma lei também agravando a punição aos assassinos de policiais. Será que acreditam realmente nisso? Menos policiais serão mortos depois dessa lei? (idem para todas as perguntas já efetuadas). Os demais seres humanos do país valem menos que esses “beneficiários”? Agora, a chave de ouro, essa semana foi sancionada uma nova lei proibindo a discriminação de babás e profissionais de saúde quando forem a um clube ou entrarem num prédio. Ridícula, pois já existe lei contra toda e qualquer discriminação, mas demostra a que ponto chegamos.

Acho que pensamos que uma lei resolverá alguma coisa por ser um atalho, ser mais fácil, afinal educar uma criança, dar amor a elas, cuidar dos adolescentes, dar oportunidades para eles, termos escolas e famílias decentes, termos acesso à informação, zelar, cuidar etc é muito, muito mais trabalhoso e vimos nas leis a solução mágica para algo que não é fácil, afinal é difícil aceitarmos, como sociedade, que somos violentos, que nossa sociedade é violenta; que somos corruptos, como sociedade, que nossa sociedade é corrupta; que o que assistimos na TV diariamente é reflexo do que somos como sociedade.

Para mim, além de tudo que já citei, a violência e a criminalidade existem pela certeza da impunidade. Policiais são mortos por isso, mulheres são mortas por isso, pessoas são esfaqueadas na Rio Branco por isso, ou seja, não precisamos de mais leis, precisamos que as que existam, ou melhor, 10% das que existam, sejam cumpridas, que não haja assassinatos, de homens, mulheres ou policiais; que não haja roubos nem esfaqueamento de ninguém; que pessoas não sejam atropeladas, por carros em alta velocidade; que corruptos sejam punidos etc pois leis proibindo essas coisas e muitas outras existem e a muito tempo, o que precisam e serem cumpridas.

07 maio 2015

Diálogo com o FB - III - Dez segundos

Olá, FB, hoje é feriado, dia do trabalhador ou do trabalho? E estava pensando sobre uma reportagem que passou no Jornal Nacional. Nela uma jovem, que acabara de ser assaltada, se escondia atrás de uma velhinha, com medo do meliante. Ela ficava colocando a pobre velhinha entre ela e o bandido para se defender, puxando-a pra lá e pra cá, tragicômico (será cômico se não fosse trágico). A questão é, o que ela faria dez segundo depois?

Outro dia eu soltei meu outro cão. Como assim não sabe do que eu estou falando FB? Não lembra da história que um velho índio contava, numa noite fria e enluarada, aos pequenos indiozinhos, ao redor de uma fogueira, sobre os cães que existiam dentro dele? Um bom, legal, bacana, solidário, pronto a ajudar o próximo e o outro ignorante, brabo toda vida, chato, intolerante, egoísta e que viviam brigando, lutando dentro dele e um dos pequenos índios, com os olhos esbugalhados, perguntou, "e quem vai vencer a luta, ó grande pajé?" e ele respondeu, "o que eu alimentar".

Pois bem, como eu dizia, soltei o "outro cão" porque um motorista de ônibus parou em cima da faixa de pedestre em plena Rio Branco, fechando totalmente o acesso dos transeuntes, impedindo a passagem. Eu fiquei numa fila indiana para conseguir atravessar e ao passar por ele, bati palmas sarcasticamente, para qual ele fingiu não ver. A questão é, o que eu faria dez segundo depois?

Pois é FB, o que a jovem faria? Será que ainda se esconderia atrás da pobre velhinha? Será que eu bateria palmas para o pobre diabo que só Deus sabe o que ele já havia passado naquela manhã? Pense nisso, pode fazer uma grande diferença.

Diálogo com o FB - II - Niterói

Olá FB, hoje estou em Niterói. Sei, você vai dizer "mas você vai pra Niterói todo dia!", mas hoje é diferente, estou "turistando", passeando, pois tenho muito tempo, vim trazer minha esposa no medico (ela gosta muito) e vai demorar, o médico louco dela só chega atrasado e é todo enrolado, então tenho tempo.

Engraçado como nós estamos todos os dias num lugar e não vemos. Como o centro está decadente, como tem lojas fechadas, como tem prédios velhos e sujos (o único comércio pujante que vi foram de farmácias, penso que mais de 20 num raio de 6 quadras), mas tem também muitas coisas bonitas, como a prefeitura velha, tem árvores, tem praças e o melhor esse lugar tem recordações.

FB lembro quando vinha a Niterói com meu pai e ele sempre fazia duas coisas, tomava uma água gasosa, que era feita na hora com um pozinho, numa loja em frente às Barcas (nunca soube o que continha), que ele dizia que era bom pra saúde e tomava um suco de cupuaçu, confesso, nunca gostei de nenhum dos dois, mas hoje deu saudades. A água não tem mais e com dificuldades encontrei uma loja que tinha o cupuaçu e pedi um, de 400 ml. É, o troço continua a mesma coisa.

Também vi o lugar onde ficava esperando minha namorada sair do trabalho, em frente tinha uma loja de discos e ficava ouvindo os hits da época como Wando, Tete Espíndola e outros e recordando como eu era esquisito (acredite FB, eu já fui pior, sempre muito sério e calado, hoje até falo um pouco, às vezes, claro, quando ocorre uma conjunção astral), o lugar onde sentei pela primeira vez numa mesa de bar para conversar e onde entendi o sentido da discussão sobre o nada que bêbados fazem tão bem (fiquei traumatizado e nunca mais voltei, pois é duro ficar num lugar como esse sóbrio).

Seguem a foto do cupuaçu e da praça do Rink, onde vinha muito pra namorar e depois trazer os filhos. Depois continuo FB, vou lá em cima ver se minha esposa ainda está viva.

Diálogo com o FB - I - Fila

Bem, estou numa fila do mercado, enorme, e o FB me pergunta, "no que você está pensando?".
Estou pensando que a minha geração e as anteriores e a atual não souberam e não sabem formar cidadãos. 

Vejo jovens na fila de idosos, vejo uma velha reclamar que não deixaram ela entrar na frente da enorme fila, aí FB eu penso, tá reclamando de que? Você também não soube ser cidadã, não respeitou quando deveria, e pior, continua querendo se dar bem, então, aguenta! 

Hoje somos consciente que não somos o país do futuro porque nós não plantamos e colheita não é opcional, alguém disse. 

Pois é continuo na fila FB, pensando em outra coisa te falo. 


Abs,