07 maio 2015

Diálogo com o FB - III - Dez segundos

Olá, FB, hoje é feriado, dia do trabalhador ou do trabalho? E estava pensando sobre uma reportagem que passou no Jornal Nacional. Nela uma jovem, que acabara de ser assaltada, se escondia atrás de uma velhinha, com medo do meliante. Ela ficava colocando a pobre velhinha entre ela e o bandido para se defender, puxando-a pra lá e pra cá, tragicômico (será cômico se não fosse trágico). A questão é, o que ela faria dez segundo depois?

Outro dia eu soltei meu outro cão. Como assim não sabe do que eu estou falando FB? Não lembra da história que um velho índio contava, numa noite fria e enluarada, aos pequenos indiozinhos, ao redor de uma fogueira, sobre os cães que existiam dentro dele? Um bom, legal, bacana, solidário, pronto a ajudar o próximo e o outro ignorante, brabo toda vida, chato, intolerante, egoísta e que viviam brigando, lutando dentro dele e um dos pequenos índios, com os olhos esbugalhados, perguntou, "e quem vai vencer a luta, ó grande pajé?" e ele respondeu, "o que eu alimentar".

Pois bem, como eu dizia, soltei o "outro cão" porque um motorista de ônibus parou em cima da faixa de pedestre em plena Rio Branco, fechando totalmente o acesso dos transeuntes, impedindo a passagem. Eu fiquei numa fila indiana para conseguir atravessar e ao passar por ele, bati palmas sarcasticamente, para qual ele fingiu não ver. A questão é, o que eu faria dez segundo depois?

Pois é FB, o que a jovem faria? Será que ainda se esconderia atrás da pobre velhinha? Será que eu bateria palmas para o pobre diabo que só Deus sabe o que ele já havia passado naquela manhã? Pense nisso, pode fazer uma grande diferença.

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