19 janeiro 2006

Salvos pela Graça, mas não de graça. (parte II)

(Continuação. Leia a 1ª parte antes)

Sei que estes poucos parágrafos já estão atiçando a imaginação de quem os está lendo, mas vamos continuar um pouco mais conversando sobre este assunto e dê a sua participação.

Voltando ao nosso texto, nós vemos que, a não compreensão do que é o cristianismo, vem dos dois lados: dos cristãos e dos não cristãos. Ambos têm visões divergentes, e até convergentes sobre este assunto. Os não cristãos vêm o cristianismo como a religião dominante da civilização político ocidental, que luta pelo seu espaço com as demais religiões (concorrência) e é até aceita e toleradas, sincretismo religioso, como o candomblé, espiritismo, maçonaria etc. O vê apenas como mais uma, tem o seu valor, “como as outras”. Também os cristãos não compreendem o verdadeiro sentido do cristianismo e têm uma visão da Graça incompleta, uma Graça barata, depreciada e sem valor. Tenho mais pena dos cristãos, pois eles acreditam que estão no caminho certo, mas terão o mesmo destino dos outros, pois não compreendem a Graça e seu valor exato.

A Graça depreciada, sem valor, é a graça que a maioria dos cristãos professam, pensam que serão salvos pelo seu trabalho na igreja, isso é quase um vício para muitos. Acreditam que por trabalharem para a causa do Mestre serão salvos. Estão participam de eventos, cantam em corais, estão colaborando em obras sociais, dão o dízimo de tudo de ganham e estão sempre prontos a colaborarem no que forem chamados. Alguns valorizam estas atividades mais do que a si mesmo ou as suas famílias e muitas vezes pessoas adoecem de tanto fazer ou famílias são destruídas por pessoas muito bem intencionadas, mas que estão perdendo tempo e dinheiro.

Não estou querendo dizer que estas coisas não têm valor, tem e tem muito valor, mas ela não é suficiente para levar ninguém para o céu, lembra do trapo de imundícia? Como cristãos verdadeiros temos a obrigação de fazer todas as coisas boas do mundo, mas o fato de faze-lo não nos tornará purificado de nossos pecados.

Na linha da Graça barata, vemos também cristão que levam uma vida sem nenhum compromisso com Deus ou com ou homens dizendo que nada do que fazem tem valor. Que somos salvos pela Graça, que ele é um zero a esquerda e que não pode mudar sua natureza. Assim estão na igreja, se dizem Cristãos salvos pela Graça, mas na verdade levam uma vida separada da presença de Deus, pois nunca O conheceu, nunca tiverem um encontro real com Deus
[i]. Graça barata, Graça sem valor, Graça pisada pelos ditos cristãos que não compreendem a mistério da salvação, se apegam a conhecimentos e idéias humanas e que não chegaram à plenitude do conhecimento.

Resumindo temos dois tipos de visões, a dos não cristãos, que consideram o cristianismo mais uma religião e a dos cristãos que não sabem em que crêem. Que vivem uma Graça barata, com um bonito culto, muitas vezes emocionante, com muitos mandamentos e ordens a serem obedecidas, mas sem viverem a Graça salvadora em suas vidas. Ambos não são salvos.

(continua)


[i] Mt 7.23

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