Olá, FB, hoje fui no barbeiro, isso mesmo, barbeiro porquê? Não, eu não vou a salão, isso é para gente chic, mas voltando, fui ao barbeiro e lá não é um dos lugares que tenha mais prazer de ir, não tanto pelo corte ou pelas pessoas, mas pela espera e paciência não é meu sobrenome. Realmente não gosto de ficar uma hora e meia, duas horas, sentado num banco de concreto frio, que deixa minha bunda dormente, num ambiante, digamos um pouco barulhento, mas faz parte, procuro ver como quando estou numa fila de um restaurante, se tem tanta gente aqui, deve ser bom.
Meu barbeiro é um barbeiro interessante, pois, além de cortar muito bem o meu cabelo (apesar da minha esposa dizer que quando retorno de lá pareço um presidiário) ele passa a impressão de não gostar muito do que faz. Na verdade eu acho que ele está cansado, por trabalhar vinte anos sem férias, entre doze a quinze horas por dia, de terça a sábado, mas ele não tem consciência disso e está sempre pensando em mudar de profissão. Agora ele está fazendo história, visando ser professor, mas já fez teologia, mas não conseguiu alçar o ministério, não quis tocar com a banda toca, se rebelou e acabou alijado e anteriormente estudou administração, para trabalhar com o pai em seu negócio, mas não concluiu.
Essa barbearia é um ambiente, na maioria das vezes, masculino, raramente temos mulheres e a conversa é conversa de homem, ficar zoando o time do outro, falando de carro, a TV fica sempre ligado no canal Combate, mas hoje estava diferente, primeiro estava especialmente cheia, com gente em pé e haviam algumas mulheres, não para cortar o cabelo acho, mas acompanhando seus companheiros ou trazendo crianças para cortarem o cabelo. É interessante vermos naquele ambiente muito barulhento as crianças vivendo seus mundinhos lúdicos, brincando com carrinhos, vendo desenho no celular, cantando a canção chata do personagem. A jovem mãe, coitada, vê seu rebento sentado naquele chão sujo, cheio de cabelo de não sabe de quem, arrastando o carrinho nesse chão a toda hora repetindo, “tira a mão do chão, tira a mão do chão, tira a mão do chão”, pedido em vão, pois ela colocava sim a mão no chão e depois no olho, na boca, no braço etc. Hoje estava tão diferente que em certo momento o Edward Mãos de Tesouras mandou trocar o canal para o Caldeirão do Huck.
Bem, depois de duas horas chegou minha vez, recebo uma mensagem do meu filho preocupado com minha demora e iniciamos nossa conversa de barbeiro, “tudo bem, como vai a família, sua filha já casou, como está o curso de história, e a igreja” e assim ia. Terminado perguntei a ele, “porque você quer mudar de profissão?” e ele me responde laconicamente, “olhe para trás”, não precisei, olhei pelo espelho mesmo.
Essa barbearia é um ambiente, na maioria das vezes, masculino, raramente temos mulheres e a conversa é conversa de homem, ficar zoando o time do outro, falando de carro, a TV fica sempre ligado no canal Combate, mas hoje estava diferente, primeiro estava especialmente cheia, com gente em pé e haviam algumas mulheres, não para cortar o cabelo acho, mas acompanhando seus companheiros ou trazendo crianças para cortarem o cabelo. É interessante vermos naquele ambiente muito barulhento as crianças vivendo seus mundinhos lúdicos, brincando com carrinhos, vendo desenho no celular, cantando a canção chata do personagem. A jovem mãe, coitada, vê seu rebento sentado naquele chão sujo, cheio de cabelo de não sabe de quem, arrastando o carrinho nesse chão a toda hora repetindo, “tira a mão do chão, tira a mão do chão, tira a mão do chão”, pedido em vão, pois ela colocava sim a mão no chão e depois no olho, na boca, no braço etc. Hoje estava tão diferente que em certo momento o Edward Mãos de Tesouras mandou trocar o canal para o Caldeirão do Huck.
Bem, depois de duas horas chegou minha vez, recebo uma mensagem do meu filho preocupado com minha demora e iniciamos nossa conversa de barbeiro, “tudo bem, como vai a família, sua filha já casou, como está o curso de história, e a igreja” e assim ia. Terminado perguntei a ele, “porque você quer mudar de profissão?” e ele me responde laconicamente, “olhe para trás”, não precisei, olhei pelo espelho mesmo.
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