02 dezembro 2011

Short Story XIX - Parati

O Cachadaço (piscina natural), em Trindade, Parati. 
A família da minha esposa tem uma ligação forte com o sul do Estado do Rio: Ilha Grande, Angra, Parati e Ubatuba, SP, pois são originários dessas bandas e, de vez em quando, vamos visita-los e ver como estão indo. Até aí tudo bem, gosto do lugar e mais ainda das pessoas que vamos ver, o problema é a viagem. Não há uma vez que façamos essa viagem que não ocorra um problema e sério. Uma vez nós enguiçamos, de madrugada, em plena Rio Santos (quem conhece pode imaginar). Foi terrível! Estava com minha sogra e crianças pequenas e ficamos com um carro novo, enguiçado, nas trevas da rodovia. Com muita dificuldade conseguimos chegar a uma localidade e fomos procurar um lugar para pernoitar e nada! Tudo cheio e a família teve de passar a noite de favor na varanda de uma pousada, esperando o dia amanhecer e eu na porta duma oficina para tentar consertar o carro. Claro que se o mecânico conseguisse conserta-lo não seria uma boa história, o mecânico da região simplesmente não conseguiu encontrar o defeito e precisei reboca-lo para casa e a família voltou de ônibus. Numa outra vez íamos tranquilos, estava estranhando, quando, do nada, simplesmente a roda dum ônibus, que vinha em nossa direção se soltou. Conseguem imaginar? Era a roda traseira, aquela que tem dois pneus conjugados, passando a centímetros do nosso carro. Foi terrível 2! Tem mais, numa outra viagem foi um motociclista, coitado, que não tinha nada a ver com minha sina, mas que vinha em sentido contrário ao nosso. Eu “tentava” ultrapassar um caminhão nas estreitas e cheias de curvas, ♪ Estrada de Santos  (Roberto Carlos), mas o motor não tinha potência pra concluir a ultrapassagem e eu via vir a moto em minha direção. O que pude fazer foi piscar o farol para ele, tentando mostrar que eu não tinha como sair da onde eu estava, e assim ele desviar de mim. O coitado não entendeu, ou vinha muito rápido, e só pode afastar um pouco para a esquerda e passar a centímetros do meu carro. Foi horrível 3! Passei o resto da viagem imaginando se eu tivesse colidido com o mesmo, seria morte dos dois ocupantes e mais estragos em quem estava comigo. E assim vai, sempre acontece algo, tem a vez que um pneu dianteiro estourou a 100 km/h (primeira e única vez que isso ocorreu comigo), ou a vez que o carro se recusou a subir uma ladeira, obrigando à bisavó da minha esposa soltar e subir o morro à pé, tem a vez que eu “decolei” da pista, voando e quicando no canteiro central, quebrando minhas quatro rodas de liga (agradeço sempre a Deus por mais esse livramento), tem a vez que minha esposa perdeu R$ 1.500 nos radares, tem a vez que o carro não queria subir o “Deus me livre!”(“pequena ladeira” da localidade), tenho até medo quando penso que vou para lá, pois sempre acontece alguma coisa nada boa. A última foi com a minha filha. Foi só sair de lá para virmos embora e ela começou a passar mal, mas não foi uma indisposiçãozinha, realmente ela passou muito, muito mal. Acho que paramos umas 14 vezes até conseguir chegar, numa viagem que demorou muitas mais horas além da prevista. Ela veio mal de Parati até o Rio, quase vomitou as estranhas, viu a morte, muito difícil. Foi terrível 4! Passarei esse natal lá, depois conto essa outra história.

2 comentários:

Elieblog disse...

BOA SORTE!
Você vai precisar!

Unknown disse...

Caramba mano, quando isso acontecer, claro que não quero que aconteça mas se acaso acontecer, pode chamar o mano aqui que eu vou tentar chegar até você, pois que eu noto que não é você o culpado de nada é a estrada....bjsssss