20 janeiro 2016

Diálogo com o FB - XVI - Torcedor

Sabe FB, sou um torcedor vagabundo. Nunca sei contra quem meu time irá jogar, nem o nome dos jogadores. Acho que só conheço um jogador do meu time (minto, entrou um novo dentuço) e acho que sei quem é o goleiro, o resto não faço a mínima ideia. Sobre a posição no campeonato, se tem novas contratações, quem é o presidente etc, tô mais por fora que bunda de índio. Sabia quem era o técnico, o atual nunca ouvi falar, sei que tem um sobrenome estranho, mas não imagino quem seja. Às vezes me pergunto porque eu tenho um time, sinceramente não sei. Acho que é uma demanda da sociedade porque sempre perguntam, “qual o seu time?” ou o velho trocadilho “que time é teu?” Talvez para ter assunto no elevador, me relacionar com estranhos na rua e conhecidos ou fazer amigos. Aliás, graças a um amigo estou sempre informado, ele sabe tudo e me mantem informado sobre o meu e o seu time, na verdade acho que eu torço para o time dele de tanto que acompanho, #SóQueNão, torço pra cair, pra ter uma crise, pra ter um confusão qualquer, acho que me divirto mais com isso. Brinco “agora cai” e ele me responde “time grande não cai” e a conversa rola.

Nas minhas últimas férias usei a camisa do meu time, camisa cara, paguei R$ 39,90 em 10x no outlet perto de casa, oficial, tá! (acho que encalhou muita camisa 2012) e foi a segunda vez que eu a usei. Achei super interessante a experiência, pois a camisa abriu canais de comunicação com as pessoas, eu falei com gente que nunca imaginei, recebi “saudações” de estranhos, a camisa era elogiada, ouvi causos, bati papo com um barqueiro num passeio na praia, fiquei sabendo que era freguês de A ou batia em B, ouvi a história da camisa e do time, enfim consegui se relacionar com muita gente diferente e gostei muito. Ano que vem usarei novamente, espero não engordar.

Mas existe um outro lado do torcedor que não gosto, é quando torcer sai de um ambiente saudável e amigável e vai para ofensas às pessoas ou ao time do próximo. Penso que tem de haver respeito, tem de haver um limite. Tenho amigos com quem eu nunca falo sobre futebol, pois eles são apaixonados, parece não existir nada mais importante nesse mundo que seu time, assim não dá, mantenho distância, pois a tênue linha pode ser ultrapassada e como eu me conheço procuro manter uma distância segura. Futebol mexe com os instintos mais selvagens de alguns seres humanos, coisa insana mesmo, um “amor” desenfreado, que beira a loucura em alguns e acho que isso não é bom.

Então FB, seu eu pudesse dar um conselho eu diria, entre optar por ser um torcedor vagabundo como eu ou fanático como outros, escolha as pessoas. Digo, pessoas são as coisas mais importante e não vale à pena ofender, magoar ou perder um amigo, que é tão difícil de conseguir, por um time. Procure se divertir, mas não deixe a raiva superar o limite do aceitável, mantenha a coisa no campo gostoso da rivalidade. Sim, rivalidade é uma coisa boa quando se mantém nos limites do respeito e consideração. Nenhum time é grande se não tiver um adversário à altura, portanto o adversário tem seu valor, se for ganhar de um cachorro morto que graça tem, né? Então pense nisso.

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