20 janeiro 2016

Diálogo com o FB - XVII - Pensando




Olá, FB, hoje estou pensativo, então se segura.

Penso que eu admiro pessoas de visão. Elas sonham, imaginam o que não existe, creem que é possível e lutam para torná-lo realidade. Elas, mesmo quando fracassaram, inspiram, aumentam o campo de visão dos que tem o prazer de ouvi-las, de conviver com elas ou de participar do projeto. Também penso, como as pessoas se sentem quando tudo que elas creram, lutaram, defenderam, até se desentenderam com parentes e amigos, desmorona? Não deve ser fácil. Por fim penso: de que adianta você ter um cargo, uma posição, chegar ao topo e não saber o que fazer, não ter o projeto, não ter a visão, não ter o sonho, quando muito um idealismo vazio? De que adianta o poder pelo poder, o poder como um fim em si mesmo, de que vale isso?

Agora vemos usar esses pensamentos na situação atual do Brasil. Primeiro vamos nos colocar no lugar das pessoas que tinham a visão de um estado mais justo, onde os mais necessitados seriam as prioridades, onde a escola seria de qualidade, onde os trabalhadores teriam voz e ele veem milhares de desempregados, estaleiros demitindo e fechando no Rio Grande do Sul, Pernambuco e no Rio de Janeiro. Cidades como Itaboraí e Macaé afundando. O Estado do Rio à míngua. Escolas, universidades e hospitais sem limpeza, pois os trabalhadores não recebem seus salários. Servidores públicos em greve, sabendo que não há recursos para aumento de salários, mas mesmo assim ficam em casa, recebendo, claro. O Rio Grande do Sul é uma desgraça à parte, sem comentário, nem para o salário o estado tem. Por outro lado, vemos tantos e tantos “companheiros” pendurados no governo, mamando nas tetas ex gordas do estado, recebendo salários às vezes absurdos e não largam o osso por nada. Também vemos na periferia a população trabalhadora tendo de conviver com a violência, com filhos vulneráveis a influências negativas da droga e da violência, pagando a conta de políticos míopes, sem visão, que chegaram ao poder, pelo poder, pensando apenas em se perpetuar nele, sem saber conduzir o estado, sem literalmente saber o que fazer. A chave de ouro dessa situação é o orçamento encaminhando pelo governo e, para surpresa geral, “pois nunca antes na história desse país aconteceu”, o pobre coitado prevê um déficit. Como pode isso? O orçamento elaborado pelo governo demonstra que ele não tem dinheiro para pagar as suas despesas? É isso mesmo? Me belisque, por favor, isso é realmente surreal. Para mim isso é abrir mão de governar, de ser governo, de comandar, de conduzir a nação, de ter uma visão, de nos apresentar um sonho, é o fim.

Para onde iremos? Atribui-se a Martin Luther King uma frase de valor inquestionável: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. Até quando os bons ficarão calados, achando que dinheiro do governo não é de ninguém, quando na verdade é de todos nós? Até quando aceitarão que se paguem salários a médicos fantasmas, que acha que cuidar do povo que paga seu salário é favor? Até quando aceitarão esses políticos sem visão, sem projeto, que querem o poder apenas para enriquecer? Até quando aceitaremos nos corromper e corromper para nos beneficiarmos? Quando entenderemos e daremos um basta a pequenos desvios que contaminam a sociedade e refletem nos políticos? Até quando deixaremos de ser medíocre e vamos colocar como meta nada menos que a integridade? Para mim é simples, é conta de padeiro, quando formos íntegros exigiremos integridade, quando formos honestos, exigiremos honestidade.

Bem, tenho de parar, o post está ficando muito grande, vou perder meu leitor, depois eu continuo. Além do mais, sempre que escrevo assim sou “injustamente” taxado de azedo, mal-humorado e coisas assim, mas é o que temos para hoje. Para finalizar deixo uma frase do ex presidente do Uruguai, Mujica: “Quando o afã de fazer dinheiro se mete dentro da política, isso mata”.

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