06 abril 2016

Profissões: Religioso

Bem, o que falar dessa profissão, talvez que não deveria ser uma? Difícil, afinal eles têm uma função muito importante: nos guiar à Deus, ou nos afastar dele, vai saber. Eles apanham muito. Injustiça, dirão alguns; verdade, dirão outros.
Uma pessoa muito querida os chamavam de “hipócritas; sepulcros caiados, bonitos por fora, imundo por dentro; raça de víboras; amantes dos primeiros lugares para serem vistos pelos homens...”, batia forte e há mais de dois mil anos. Interessante que falava às prostitutas (grande pecado da época), traidores da nação (coletores de impostos, muito odiados pelo povo) e outros pecadores: “vinde benditos do meus Pai; nem eu te condeno; nessa casa chegou salvação; essa noite estarás comigo no paraíso...”. Estranho não? Porque batia nos religiosos e era tão diferente com os pecadores? (para pensar).
Bem, voltemos a esse difícil post. Diz o texto, “a quem muito é dado, muito será cobrado”, portanto, tenho uma certa pena deles, pois acho que terão de prestar contas dos seus atos e a tentação nesse meio é muito grande, você pode desviar dos objetivos facilmente, é muito fácil se corromper, pois as pessoas que os rodeiam tem um coração bom, inclinado para Deus, com sede e fome espiritual, muitas vezes doentes, carentes, com medo de morrer, com algum trauma, podendo facilmente serem manipulados por algum religioso desonesto. Vemos isso o tempo todo, pai de santo que explora uma pobre pessoa, pastor que se aproveita do dinheiro e às vezes da própria ovelha, padres pedófilos, aiatolás que levam jovens à morte e assim vai. O dinheiro, o vil metal, o poder e poder influenciar o tempo todo os rodeando..., não é fácil, se não tiverem foco, se não acreditarem realmente na sua fé e no seu chamado, se desviam.
Claro que existem os charlatões, pessoas que fingem terem fé, mas na verdade não creem em nada, são ateus, incrédulos, materialistas e não é deles que estou falando, mas das que inicialmente tiveram um chamado, ou acreditam que o tiveram, mas ficaram pelo caminho, a consciência foi se cauterizando, foi se comparando aos outros religiosos e passou a pensar “se ele pode, porque eu não posso?; o templo dele é menor que o meu e ele tem isso ou aquilo; todo mundo faz; que mal tem?”, passou a ter outra métrica, a métrica humana, a acreditar ser merecedor da matéria e Deus foi ficando de fora do seu próprio “negócio”. Conta-se a história de um padre que foi ao Papa e nesse encontro ele falou que não acreditava mais nos dogmas e crenças que ensinava e perguntou ao Sumo Pontífice, “que fazer? ” E ele respondeu, “finja”.
Temos de lembrar, existem os que não se desviaram, fizeram voto de pobreza, que mantiveram a fé, que não dobraram os joelhos a outros deuses, que não exploram suas ovelhas, que não ensinam a guerra santa e sim a convivência pacifica entre religiões. Eles trabalham pelos fiéis que lhe foram confiados, vivem 24 horas à disposição deles, são dedicados, suam na elaboração de bons sermões que podem fazer a diferença para quem tem o privilégio de ouvi-los, planejam eventos, visitam os doentes, realizam casamentos, festas, encontros para que esses fiéis possam interagir e crescerem material e espiritualmente. Esses merecem todo o nosso respeito e consideração, afinal são sacerdotes a serviço de Deus, que querem o nosso bem e são dignos do nosso reconhecimento e honra.

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